Nossa única salvaguarda contra o engano



O anjo portador do evangelho eterno (Apocalipse 14:6) proclama sua mensagem num tempo em que a verdade e a suposição caminham lado a lado.

Isso significa que o engano é de tal modo semelhante à verdade, que nos é impossível fazer a distinção sem o auxílio divino.

"Ao nos aproximarmos do fim", escreve Ellen G. White, "a falsidade estará tão misturada com a verdade, que somente os que têm a orientação do Espírito Santo serão capazes de fazer distinção entre a verdade e o erro. Precisamos efetuar todo esforço para guardar o caminho do Senhor. Em caso algum devemos afastar-nos de Sua orientação para depositar a nossa confiança no homem." (Cuidado de Deus, Meditação Matinal 1995, p. 362).

O testemunho das Escrituras é a nossa única proteção contra o erro. Necessitamos "provar os espíritos" à luz da Bíblia, mediante iluminação do Espírito de Deus. Sua Palavra é a norma máxima pela qual podemos aferir a verdade e o coração. "À Lei e ao Testemunho", diz a Escritura. "Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." (Isaías 8:20).

A palavra "Lei" usada aqui geralmente se refere aos escritos inspirados da Bíblia, sobretudo os livros da lei - os cinco primeiros livros do Cânon de autoria de Moisés, chamados Pentateuco.

Se o indivíduo ou movimento se harmoniza com os ensinos da Palavra de Deus e tem em estima os Seus mandamentos, satisfaz a condição apresentada em Isaías 8:20. Se, por outro lado, o indivíduo ou movimento contradiz o testemunho das Escrituras e despreza a lei divina, sua mensagem não tem o selo da verdade, mas procede do maligno, o qual "nunca  se firmou na verdade." (João 8:44).

Se o crente sustenta opiniões ou práticas que não estão em harmonia com a Palavra de Deus, precisa ter a humildade e a coragem para renunciá-las em nome de Jesus, pois a mensagem de Isaías declara que não pode haver luz em nenhuma crença ou prática contrária aos ensinos da Bíblia.

Veja, ninguém pode imaginar-se protegido do engano pelo que parece reto aos próprios olhos, ou com base em sua própria experiência. Nossos sentidos e opiniões preconcebidas não constituem um guia seguro para determinar a verdade. Unicamente a verdade relevada de Deus é suficiente para desenvolvermos uma experiência cristã genuína, em harmonia com a Sua vontade.

Por este motivo, somos instados por Deus a esquadrinharmos as Escrituras (João 5:39), provarmos a consistência e validade de nossa fé (João 7:17) e permanecermos preparados para dar testemunho da verdade (I Pedro 3:15).

Como seus representantes, os profetas enviados por Deus devem ser por preceito e exemplo testemunhas fiéis cuja vida e a mensagem reflitam os desígnios divinos. São responsáveis diante de Deus por manter e ensinar cada uma das verdades e doutrinas da Bíblia, sem diminuir-lhe ou acrescentar-lhe qualquer coisa.

Todo sistema teológico ou filosofia religiosa que se atreve a misturar a simplicidade do evangelho com a falácia das conjecturas humanas, edifica sobre madeira, feno e palha, e sua obra será a todos manifesta (I Coríntios 3:12-13).

Fazendo a distinção por meio dos frutos


Outra maneira eficaz de distinguir o evangelho eterno dos pseudo evangelhos é apresentada por Cristo em Mateus 7:15 a 17:

Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.

A ideia é clara: falsos profetas pretendem ser algo que na verdade não são. O mesmo ocorre com falsos cristãos. Ambos têm aparência de piedade, negando-lhe, contudo, o poder (II Timóteo 3:5). Por causa de sua conduta enganosa e porque não se pode discernir imediatamente seu caráter, esses professos seguidores de Cristo provocam danos devastadores, quase irreparáveis.

No entanto, pela regra que o próprio Cristo deu, é possível identificar com segurança sua verdadeira natureza e propósito.

Profetas verdadeiros e falsos são reconhecidos por seus respectivos frutos, isto é, por seu caráter moral. A Palavra de Deus é a única norma pela qual se determina se os frutos que produzem são bons ou maus. Profetas verdadeiros não só falarão segundo esta regra, mas viverão de acordo com ela no poder de Deus.

Em contrapartida, espinheiros jamais produzirão uvas, nem abrolhos, figos. Muito embora os impostores tentem provar que podem realizar tal façanha, é impossível que árvores más produzam bons frutos.

Nosso Salvador declara enfaticamente:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. (Mateus 7:21-23).

Cristianismo professo não é garantia vitalícia de acesso ao reino do Céu. A fé cristã é, antes de tudo, uma condição de relacionamento com Deus, uma disposição mental que se traduz em amor e obediência à Sua Palavra.

A verdadeira fé possui o Espírito de Cristo e realiza as Suas obras. Não admira que o Apocalipse se refira ao verdadeiro povo de Deus com estas palavras:

Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus" (14:12).

É preciso fazer a escolha certa


O evangelho eterno estabelece acentuado contraste entre a verdade e o erro; entre o evangelho que traz perdão e transformação, preparando o crente para viver eternamente com Cristo, e os evangelhos falsificados, que não exigem nem a renúncia do eu nem do mundo, mas se contentam com uma obediência parcial e superficial, esperando desse modo alcançar o favor de Deus.

Escrevendo sobre esse tipo de evangelho, simulacro do verdadeiro evangelho de Cristo, Herbert E. Douglass observa com propriedade:

Uma contrafação do evangelho é sempre um evangelho limitado, um evangelho de conveniência, útil para satisfazer as necessidades "percebidas" da sociedade moderna. A consequência de um evangelho falso e limitado, tão comum nos dias de hoje, especialmente nos meios religiosos que primam por pregações "politicamente corretas", é uma igreja repleta de pessoas que desfrutam da graça do perdão, mas não possuem uma compreensão clara da graça do poder que pode fazer deles verdadeiros vencedores. (Profecias Surpreendentes. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 182).

Note que se a verdade santifica a alma da pessoa que a busca, não haverá lugar para o pecado, porque Cristo ocupará o lugar de honra na vida dela. A verdade levada ao mais íntimo da alma produz a fé que se expressa tanto na confiança e segurança em Cristo, como na completa submissão à Sua vontade. Semelhante fé transforma o caráter e se apropria dos mais ricos dons de Deus para poder partilhar aos outros (João 1:16).

Num tempo em que os homens "não suportarão a sã doutrina" e "se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas" (II Timóteo 4:3-4), é preciso haver a determinação de aferrar-se sem vacilações ao evangelho verdadeiro, isto é, o evangelho testificado por Cristo e Seus apóstolos e baseado unicamente na Palavra de Deus. Nosso destino eterno depende desta resolução.

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