Origens da observância do domingo (1)



A adoção do domingo em lugar do sábado como dia santo é, como todas as demais invenções católico-romanas, produto das influências pagãs que comprometeram a identidade da igreja e minaram sua força.

Refiro-me aqui à sua força espiritual, não institucional, pois durante a triste fase de transição entre o cristianismo primitivo - com valores e práticas que definiam a religião cristã como uma força viva e transformadora, orientada e dirigida pelo Espírito Santo - e a religião popular - politicamente correta -, a Igreja crescera substancialmente em todo o império romano, o que parecia bastante vantajoso.

Mas a Igreja que conquistara Roma se alimentara também do solo que conquistou, e doutrinas e ritos estranhos ao cristianismo primitivo logo encontraram um lugar de honra entre uma multidão de cristãos professos.

A propósito deste fenômeno, o renomado teólogo presbiteriano William D. Killen escreveu:

No intervalo entre os dias dos apóstolos e a conversão de Constantino, a comunidade cristã mudou sua aparência. O Bispo de Roma - um personagem desconhecido para os escritores do Novo Testamento - tornou-se proeminente nesse meio tempo, e finalmente obteve primazia sobre todos os outros clérigos. Ritos e cerimônias, dos quais nem Paulo nem Pedro jamais ouviram, entraram sub-repticiamente em uso e depois reclamaram o direito de serem considerados instituições divinas. Funções para as quais os primitivos discípulos não poderiam encontrar nenhum lugar, e títulos, que para eles teriam sido inteiramente ininteligíveis, começaram a reclamar atenção e ser chamados apostólicos. (1)

Da mesma forma, o insigne ministro batista John Dowling observou francamente:

Não há quase nada que choque a mente do cuidadoso estudante da história eclesiástica, com grande surpresa, do que o período relativamente precoce em que muitas das corrupções do cristianismo, as quais estão incorporadas no sistema romanista, tiveram seu surgimento; ainda que não devamos supor que, quando os primeiros originadores de muitas dessas noções e práticas não bíblicas plantaram esses germes de corrupção, antecipassem ou mesmo imaginassem que elas se desenvolveriam em tão vasto e hediondo sistema de superstição e erro, como é o Papado. (2)

Neste contexto é que se devem examinar as causas para a substituição do sábado bíblico pelo domingo pagão, ou seja, durante o período de concessões e favorecimentos do cristianismo.

Escrevendo sobre a maneira sutil pela qual a observância do domingo foi incorporada à prática cristã, o arquidiácono F.W. Farrar, da Igreja da Inglaterra, assinala que "a igreja cristã não fez nenhuma transferência formal, mas gradual e quase inconsciente, de um dia para o outro". (3)

Identificando algumas causas


Que motivos levaram os cristãos a adotar o domingo em lugar do sábado? Vários fatores concorreram para esta mudança. Entre eles, a já citada influência da cultura pagã sobre o cristianismo emergente - influência que suprimiu aos poucos sua identidade original. (4)

No século II, o expressivo crescimento numérico do cristianismo foi acompanhado de uma proporcional absorção da cultura grego-romana, a qual influenciou progressivamente as crenças, ritos, mentalidade e organização da Igreja. O culto ao Sol foi particularmente influente, tendo encontrado no mitraísmo dos persas sua forma mais definitiva.

Burns, Lerner e Meacham, no volume I de sua História da Civilização Ocidental, p. 55 a 57, observam:

A religião dos persas, tal como ensinada por Zoroastro (cerca de 600 a.C.), não permaneceu em seu estado original [...]. Com o passar dos anos, a influência de crenças de outras terras, principalmente a dos caldeus, determinou novas modificações... O mais antigo desses cultos era o mitraísmo, nome que se deriva de Mitra... Acreditava-se que houvesse vivido uma existência terrena, cercada de grandes sofrimentos e sacrifícios. Fazia milagres, dando pão e vinho aos homens e pondo fim a uma seca e também a uma inundação desastrosa. Finalmente, criou a maior parte do ritual do zoroastrismo, proclamando o domingo como o dia mais sagrado da semana e o dia 25 de dezembro como o mais sagrado do ano. Como o sol fosse o propiciador da luz e o fiel aliado de Mitra, era natural que seu dia (o domingo) fosse o mais sagrado. O dia 25 de dezembro possuía, também, significado solar: sendo a data aproximada do solstício de inverno, marcava a volta do sol de sua longa viagem ao sul do equador. Era, em certo sentido, o "aniversário" do sol, uma vez que assinalava a renovação de suas forças vivificadoras para benefício do homem.

Quando a adoração de Mitra foi introduzida em Roma no último século a.C., tornou-se com o tempo uma das religiões mais populares do império, influenciando mais tarde o cristianismo. Como os cultos pagãos festejavam o nascimento do seu deus, pareceu necessário a muitos cristãos celebrar também o nascimento de Cristo. As concessões e transferências aos quais a Igreja cedeu apenas demonstram a força de hábitos que não foram abandonados pelos pagãos recém-conversos.

Posteriormente, no século IV, os romanos impuseram à cristandade a data de 25 de dezembro, consagrando a Cristo a festa que então celebrava o nascimento do Sol, e fizeram do dies venerabilis solis um dia de descanso semanal, em oposição ao sábado bíblico.

Com efeito, encontramos Justino Mártir (~150) - o primeiro a referir-se ao domingo como um dia observado pelos cristãos - dirigindo-se ao imperador Antonio Pio com estas palavras:

Nós nos reunimos no dia do sol, em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, e no qual Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. (5)

E São Jerônimo, numa homilia para o domingo de Páscoa, afirmou:

Se ele é chamado o dia do sol pelos pagãos, nós aceitamos de bom grado este nome, porque nesse dia surgiu a luz do mundo; a partir desse dia brilhou o Sol da Justiça, em cujos raios há salvação. (6)

Concessões politicamente corretas


Tentativas como estas de estabelecer um diálogo entre as crenças cristãs e as ideias pagãs demonstram a preocupação que os cristãos tinham em dirimir o preconceito contra sua religião e torná-la mais atraente aos gentios, ainda que para isso fosse necessário sacrificar a verdade. (7) A mudança do dia de descanso estava no centro dessas medidas politicamente corretas, porém biblicamente erradas.

Neste caso, a associação do dies solis ("dia do sol", termo a partir do qual o nome anglo-saxão "domingo" é derivado) com a ressurreição de Jesus foi convenientemente aplicada tendo em vista justificar uma medida que nem Cristo nem os apóstolos nunca ensinaram ou permitiram.

Em sua História Crítica da Legislação Dominical, A.H. Lewis, transcrevendo Teófilo Gale, refere-se às concessões durante o período constantiniano com denodada franqueza:

Por volta do ano 300, e desde que a prosperidade produziu muitas cerimônias, as pessoas (em consequência da coerção de Constantino) apresentaram-se em massa à igreja. Mas a simplicidade do Cristianismo desgostou a muitos que testemunharam a pompa e magnificência do paganismo, pelo que se pensava num expediente para revestir a religião [cristã] com cerimônias mais esplêndidas de modo que a pompa destes ornamentos pudesse torná-la mais ilustre e recomendável.

Todavia, depois de Constantino haver constrangido todos a fazerem uma profissão pública do Cristianismo, e Juliano houvesse revivido o antigo culto ao demônio, os mestres mundanos do Cristianismo, que eram mais numerosos, embora se contentassem em assumir o nome de cristãos, também não se contentaram, em parte, com seus ritos e costumes pagãos; portanto, de acordo no assunto, transformaram seus ritos pagãos em solenidades cristãs, e assim batizaram seus festivais ao demônio sob o nome de algum mártir ou santo cristão. E o que tornou este projeto mais plausível foi isto, algumas esperanças infundadas, alegorizando com os pagãos para ganhá-los de tal modo que abraçassem completamente a religião cristã, o que foi tanto uma presunçosa tentativa de blasfemar de Deus, como, até agora se revelou, uma porta para deixar entrar o anticristo e todo o seu culto ao demônio na Igreja de Deus. (8)

Escrevendo sobre como se processou a adoção do culto aos mártires e santos pelos cristãos do século IV, Sir Isaac Newton diz:

Deleitavam-se os pagãos com os festivais dos seus deuses e não estavam dispostos a renunciar àqueles deleites. Assim, no propósito de lhes facilitar a conversão, Gregório instituiu festas anuais aos santos e mártires. Eis porque, para enfraquecer as festas pagãs, as principais festas cristãs tomaram o seu lugar: assim, a comemoração do Natal com comes e bebes, jogos e esportes, tomou o lugar das Bacchanalia e das Saturnalia; a celebração com flores do Primeiro de Maio substituiu as festas Floralia; as festividades da Virgem Maria, de João Batista e de diversos apóstolos substituíram as solenidades da entrada do Sol nos signos do Zodíaco, segundo o calendário juliano. Durante a perseguição de Décio, Cipriano ordenou que as paixões dos mártires na África fossem registradas, para celebrar anualmente a sua memória, com oblações e sacrifícios. (9)

Nota-se, de passagem, que estas descrições não explicam somente a condição da Igreja durante essa época, mas são também elucidativas no sentido de compreender nossa própria condição hoje, na medida em que influências e concessões semelhantes ameaçam novamente a identidade e a força do povo de Deus.

Em vista dos fatos expostos acima, o erudito clérigo da Igreja da Inglaterra, Thomas Morer, reconhece o seguinte no que se refere à adoção do domingo:

Não se pode negar que tomamos o nome deste dia emprestado dos antigos gregos e romanos, e aceitamos que os antigos egípcios adoravam o Sol e, como monumento consagrado a sua veneração, dedicaram-lhe esse dia. E verificamos que, pela influência de seu exemplo, outras nações, entre elas os próprios judeus, prestavam-lhe homenagem. Estes abusos, porém, não levaram os pais da igreja cristã simplesmente a rejeitar completamente o dia ou o seu nome, mas apenas a santificar e valorizar a ambos, assim como também fizeram com os templos pagãos antes poluídos com serviços idolátricos, e fizeram outras coisas, visto que estes bons homens estavam sempre prontos a realizar qualquer mudança além das que eram realmente necessárias, e em casos claramente incompatíveis com a religião cristã. De maneira que, sendo o domingo o dia no qual os gentios adoravam solenemente esse astro e o chamavam dia do Sol, em parte devido a sua influência particularmente naquele dia, e em parte em respeito ao seu divino corpo (como eles o concebiam), os cristãos entenderam convenientemente guardar o mesmo dia e o mesmo nome a fim de não parecerem injustamente obstinados e impedirem assim a conversão dos gentios, dando motivo a maiores preconceitos que de outra maneira poderiam ser nutridos contra o evangelho. (10)

A tensão entre cristãos e judeus


Outro fator importante para a adoção do domingo pagão em lugar do sábado bíblico foi a crescente animosidade dos cristãos para com os judeus. Samuele Bacchiocchi explica que, embora já existissem observações depreciativas sobre os judeus e o judaísmo em documentos primitivos, não é senão até a época de Adriano (117-138 A.D.) que se desenvolveu uma teologia cristã de separação dos judeus e desprezo por eles. Tal atitude antijudaica se devia:

1. Ao relacionamento extremamente tenso entre Roma e os judeus. Estes se tornaram impopulares principalmente em virtude de seus sentimentos nacionalistas renascidos após haverem experimentado uma posição favorável no império durante algum tempo. Levantes violentos explodiam em quase toda a parte, provocando forte reação romana nos níveis militar, fiscal e literário. As medidas antijudaicas e anti-sabáticas impostas pelos romanos certamente contribuíram, embora injustificadamente, para o distanciamento dos cristãos com relação aos judeus;

2. Ao conflito entre a Igreja e a Sinagoga, na qual os cristãos não somente eram impedidos de ingressar, como também frequentemente denunciados às autoridades, e, quando possível, diretamente perseguidos pelos judeus;

3. Pelo fato dos cristãos terem sido beneficiados por certo grau de proteção imperial, possivelmente porque Roma reconhecia que os cristãos não tinham aspirações nacionalistas e, consequentemente, não representavam ameaça pública;

4. À influência que os cristãos judeus exerciam na Igreja, encorajando a dissociação e o ressentimento ao insistirem em observâncias literais de certas regras mosaicas.

Bacchiocchi conclui:

Esta interpretação negativa do judaísmo, motivada [...] por fatores de dentro e fora da Igreja, particularmente afetou a atitude de muitos cristãos para com as observâncias religiosas judaicas. Em vista do fato de que o judaísmo foi corretamente definido como orthopraxis (feitos em lugar de credo) e que as observâncias religiosas tais como a circuncisão e o sábado foram não somente proscritas pelo edito de Adriano, mas também consistentemente atacadas e ridicularizadas por autores gregos e latinos, não deveria surpreender que muitos cristãos cortassem seus laços com o judaísmo e instituíssem muitas observâncias religiosas em lugar das judaicas, tais como o sábado e a páscoa hebraica. (11)

A supremacia do bispo de Roma


Além do forte apelo da cultura pagã, o qual contribuiu sobremodo para a aculturação da Igreja pós-apostólica, e dos sentimentos antijudaicos, os quais resultaram numa distinção cada vez maior entre cristãos e judeus, a supremacia do bispo de Roma foi outro fator essencial para a substituição do sábado pelo domingo.

Em um artigo anterior, observamos como o bispo de Roma reuniu autoridade suficiente para tornar-se um líder preeminente entre as comunidades cristãs (sobre isso, clique aqui). Não é de surpreender que, munido de tal primazia, e valendo-se das relações tensas entre judeus e romanos, o papa influenciasse grande parte dos cristãos a adotar práticas religiosas completamente distintas do judaísmo, de modo a granjear a simpatia e o favor do império.

Entre essas práticas não escriturísticas, encontra-se a adoção do jejum sabático em lugar do banquete sabático como uma forma de depreciar o sábado bíblico e exaltar o domingo pagão. A natureza dessa medida pode ser avaliada nas seguintes palavras do papa Silvestre I (314-335 d.C.):

Se cada dia do Senhor [o domingo] é observado com júbilo pelos cristãos por conta da ressurreição, então cada Sábado [celebrado] por conta do sepultamento é detestavelmente judaico. De fato, todos os discípulos do Senhor lamentaram no Sábado, chorando o sepultamento do Senhor, enquanto os judeus exultavam. Todavia, a tristeza prevaleceu pelo jejum dos apóstolos. Da mesma maneira, nós lamentamos, chorando por causa do sepultamento do Senhor, e regozijamo-nos em virtude de Sua ressurreição. Nenhum dos dois [eventos], para ser franco, é apropriado celebrar [no sábado], conforme o costume observado pelos judeus. (12)

Por conseguinte, Silvestre I foi o primeiro papa a decretar a transferência do dia de descanso do sétimo para o primeiro dia da semana. Rábano Mauro (776-856), um dos maiores teólogos católicos de seu tempo e zeloso defensor do papado, declara em uma de suas obras:

O Papa Silvestre instruiu o clero a guardar o feriae. E, de fato, de um velho costume, chamou o primeiro dia [da semana] o "[dia] do Senhor", em que a luz foi feita no princípio e no qual também a ressurreição de Cristo é celebrada. (13)

Note-se que Silvestre, apoiando-se em um "velho costume" (naturalmente não escriturístico), apenas confirmou a prática já estabelecida de observar o domingo em substituição ao sábado. Em outra parte de seus escritos, Rábano Mauro diz:

O Papa Silvestre primeiramente ordenou entre os romanos que os nomes dos dias [da semana], que antes eram chamados segundo o nome de seus deuses... fossem chamados feriae... pois que, no início do Gênesis, está escrito que Deus disse a respeito de cada dia: no primeiro, "Haja luz"; no segundo, "Haja um firmamento"; no terceiro, "Que a terra produza relva", etc. Mas ele [Silvestre] ordenou-lhes chamar o sábado pelo antigo termo da lei, [a fim de chamar] o primeiro feria o "dia do Senhor", porque nele o Senhor subiu [da morte]. Além disso, o mesmo papa decretou que o descanso do sábado fosse antes transferido para o dia do Senhor [domingo], com base na ordem de que nesse dia devemos descansar das obras mundanas para louvar a Deus. (14)

O decreto de Silvestre é especialmente significativo por duas razões: (1) foi durante o seu pontificado que Constantino promulgou as primeiras leis civis concernentes à observância do domingo; e (2) porque na mesma época Eusébio, bispo de Cesareia, tornou-se o primeiro teólogo a apresentar argumentos supostamente embasados nas Escrituras de que Cristo teria transferido o dia de descanso do sábado para o domingo.

No próximo post vamos dar continuidade a este assunto, com ênfase especial no período constantiniano e nos precedentes que foram abertos para a obrigatoriedade da observância do domingo em tempos posteriores.

Notas e referências


1. W.D. Killen. The Ancient Church: its History, Doctrine, Worship, and Constitution, Traced for the First Three Hundred Years. New York: Charles Scribner, 1859, p. 6.

2. John Dowling. The History of Romanism. New York: Edward Walker, 1853, p. 65.

3. Citado em The Advent Review and Sabbath Herald, Takoma Park, Washington, D.C.: Review & Herald Publishing Association, Vol. 93, Nº 12, March 6, 1916, p. 3. Acesso em: 08 mar. 2012, 08h45min.

4. É comum encontrar em Roma muitas dessas adoções de elementos pagãos pelo catolicismo, como o Altar de Mitra, no centro da Basílica de São Pedro, originalmente colocado no templo de Mitra dedicado ao Sol e transferido depois para o cristianismo. No entanto, não é preciso visitar Roma para testemunhar reminiscências da cultura pagã, preservadas e incorporadas pela Igreja. Por exemplo, no saguão frontal da Catedral Metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé) há quatro colunas rematadas por quatro diferentes animais esculpidos em pedra, cada um deles representando os quatro elementos (terra, água, fogo e ar), conforme os descreve Francis Barrett em seu Tratado de Alquimia e Filosofia Oculta, de 1801. A cruz gamada ou suástica constitui um dos muitos símbolos que representam esses elementos, considerada também um símbolo do Sol, fonte de vida e fecundidade. No interior da catedral, diante do altar, há uma guarnição em mármore branco com vários temas gravados, entre eles uma representação do Sol com a inscrição "SOLDIEIMYSTICI". Na Catedral do Mosteiro de São Bento, no centro da capital paulista, há um pequeno saguão de entrada em cujo teto se encontra, em cada uma de suas extremidades, uma pintura do tipo animal de cada um dos quatro elementos, tendo ao centro os doze signos do Zodíaco. Há muitas outras representações semelhantes espalhadas pela igreja, como dois anjos portando incensários prostrados perante o Sol, além do esquadro e compasso, tradicionais símbolos maçônicos.

5. The New Catholic Encyclopedia, 2nd ed., Detroit, MI: Gale-Thomson, in association with The Catholic University of America, Washington, D.C., 2003, Vol. 13, Art. "Sunday", p. 607. Três fontes do segundo século - a Didaqué, a carta aos magnésios escrita por Inácio de Antioquia, e a carta de Plínio, o Jovem, a Trajano - têm sido usadas como argumento para autenticar ora o sábado ora o domingo, embora nenhuma mencione especificamente qual dia. A mais antiga referência ao domingo como dia de adoração semanal cristã vem da Carta de Barnabé (escrita entre 130 e 140 d.C.), acerca da qual se diz tratar-se do mais estranho documento da literatura cristã, de difícil classificação na história da época e da teologia (Xabier Basurko, Para Viver o Domingo. São Paulo: Paulinas, 1999, p. 104). Para uma exposição crítica sobre o uso dessas fontes, ver Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Raoul Dederen (Ed.). Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 576 a 578.

6. Ibid.

7. Falsas metáforas e infundadas alegorizações do texto sagrado estavam entre os expedientes. Clemente de Alexandria e seu discípulo mais importante, Orígenes, são dois dos nomes mais representativos nesse sentido. Ambos se valeram da interpretação alegórica das Escrituras na tentativa de relacionar a fé cristã com a filosofia pagã de seu tempo. Fenômeno semelhante ocorrera entre os cristãos judaizantes da era apostólica que, pelo temor de sofrer preconceito e perseguição de seus irmãos judeus, contemporizaram com os ritos simbólicos de sua religião, procurando entremear cristianismo e judaísmo para sua própria vantagem. Este sentimento continua sendo a causa dos muitos arranjos nos ensinos e na prática do cristianismo moderno, visando torná-lo mais atraente e popular aos olhos do mundo. Contra esta conduta, Cristo advertiu: "Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a Mim Me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a Minha palavra, também guardarão a vossa." (João 15:19-20).

8. A.H. Lewis. A Critical History of Sunday Legislation from 321 to 1888 A.D. New York: D. Appleton and Company, 1888, p. 16 e 17.

9. Sir Isaac Newton. As Profecias do Apocalipse e o Livro de Daniel: As Raízes do Código da Bíblia. São Paulo: Pensamento, 2008, p. 151.

10. Thomas Morer. A Discourse in Six Dialogues on the Name, Notion, and Observation of the Lord's Day. London: Tho. Newborough, 1701, p. 22 e 23.

11. Samuele Bacchiocchi. Do Sábado para o Domingo: Uma Investigação do Surgimento da Observância do Domingo no Cristianismo Primitivo. Roma: The Pontifical Gregorian University Press, 1977, p. 100, 101, 104 e 105.

12. Humbertus Silvae Candidae Episcopus, Adversus Graecorum Calumnias, Patrologiae Cursus Completus, Excudebatur et Venit apud J.-P. Migne, Editorem, 1853, Tomus CXLIII, col. 937; Exactly Which Pope Changed the Sabbath to Sunday? Acesso em: 01 fev. 2012, 14h14min.

13. Rabanus Maurus, Liber de Computo, Cap. XXVII. Patrologiae Cursus CompletusExcudebatur et Venit apud J.-P. Migne, Editorem, 1864, Tomus CVII, col. 682; Sunday is not the Sabbath! Acesso em: 19 jul. 2011, 10h48min.

14. Rabanus Maurus, De Clericorum Institutione, Lib. II, Cap. XLVI. Patrologiae Cursus Completus, Tomus CVII, col. 361. Segundo a Doutrina Catholica de Boulenger, p. 346, ferias eram os dias de descanso consagrados aos deuses romanos mediante determinadas cerimônias religiosas. O termo foi introduzido na liturgia católica, passando a significar os dias livres, em que não se celebra nenhuma festa de santo. Feira é a metátese de feria e tornou-se a designação complementar de todos os dias da semana, exceto o domingo e o sábado.

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