A terceira mensagem angélica - Conclusão



A advertência de Deus por meio da terceira mensagem angélica (Apocalipse 14:9-12) tem em vista os que se recusarem a atender ao último chamado divino na voz do primeiro anjo (versos 6 e 7) e decidirem tributar adoração e lealdade à besta e sua imagem, recebendo a marca distintiva da apostasia (13:16-17).


Não obstante, essa advertência solene é dirigida também a cada seguidor de Jesus, a fim de animá-lo a permanecer firme diante das ameaças do anticristo (Apocalipse 14:12). A firmeza de caráter é produto da verdadeira fé, a qual não pode ser abalada por qualquer crise (Hebreus 4:14; Tiago 5:11). Mais do que compreender a mensagem divina, é preciso desenvolver semelhante determinação pela união com Cristo (I João 2:5; 4:18).

A partir dessa perspectiva, a mensagem do terceiro anjo destaca dois grupos de adoradores: os que adoram a besta e sua imagem e recebem sua marca, e os que perseveram em adorar a Deus, guardando os Seus mandamentos e mantendo a fé em Jesus. Os destinos de ambos os grupos são tão diferentes quanto o seu caráter; o primeiro será alvo dos juízos retributivos de Deus, e o segundo herdará o dom da vida eterna. A objetividade e transparência de Cristo nessa questão é uma prova de Seu profundo interesse em salvar. Afinal, o Senhor nunca adverte com o fim de condenar. Toda mensagem de advertência partilha do mesmo objetivo do evangelho eterno, que é salvar pecadores (Ezequiel 18:23, 32)!

Como um desenvolvimento da voz do segundo anjo, a terceira mensagem angélica enfatiza que a grande controvérsia nos últimos dias será sobre adoração e lealdade. O poder representando pela besta marítima em Apocalipse 13:1 a 10 reivindica para si prerrogativas que pertencem somente a Deus. Sua ambição consiste em receber reconhecimento e adoração, e a marca de sua autoridade - a marca da besta - reflete essa pretensão. Receber a marca constitui um ato de adoração a esse poder e, portanto, um reconhecimento de sua suposta autoridade.

Tal pretensão torna-se mais evidente quando notamos que o sinal da besta é aposto "na fronte ou sobre a mão" (Apocalipse 14:9), simbolizando uma antítese deliberada do dever do antigo Israel de atar os mandamentos e as palavras de Deus como sinal na mão, e frontal entre os olhos (Deuteronômio 6:6-8). Isto significava viver em harmonia com a vontade de Deus, cumprindo, pela fé no Redentor vindouro, os Seus mandamentos. Era também um memorial ou recordativo da libertação que Deus operara em favor de Seu povo (Êxodo 13:8-9; Deuteronômio 6:12).

A marca da besta simboliza, com efeito, a pretensão do anticristo de usurpar o direito divino à lealdade e obediência de toda humanidade e substituí-lo por um culto falsificado. Ao invés de representar um ato de fidelidade aos ensinamentos e mandamentos de Deus, a marca da besta na fronte ou sobre a mão representa um ato de fidelidade aos ensinamentos e mandamentos de homens. Aos portadores da marca, do nome da besta ou do número do seu nome (Apocalipse 13:17) são garantidas a vida e a prosperidade temporal; aos que se recusarem sujeitar-se às suas falsas reivindicações, a segregação e, finalmente, a morte.

A resposta de Deus na terceira mensagem angélica demonstra que, embora Babilônia prometa proteger os seus das sanções econômicas e da pena de morte impostas aos santos, invocando para isso capacidade sobrenatural (Apocalipse 13:13; 16:13-14), ela não poderá protegê-los nem proteger a si mesma da ira de Deus, consumada por meio de Seus juízos retributivos (Apocalipse 16), os quais determinarão a sua permanente queda (14:8; 18:21-24) e a libertação do povo de Deus ((19:1-2). É expressamente dito que, a despeito das promessas e do poder sobrenatural de Babilônia, os adoradores da besta e da sua imagem não terão nenhum descanso (14:11).

Assim, a escolha que decidirá nosso destino eterno não deve basear-se nem na expectativa de segurança social e integridade física, nem na evidência de nossos sentidos, estimulados pelos sinais e maravilhas que Satanás é capaz de fazer por intermédio de Babilônia, mas na resoluta fidelidade à Palavra de Deus e ao testemunho de Jesus (Apocalipse 1:9; 6:9; 12:17; 20:4).

Ao revelar o fato de que tanto Cristo como o anticristo desejam absoluta lealdade de seus adoradores, a mensagem do terceiro anjo destaca o solene chamado de Deus nos últimos tempos, o qual constitui, em essência, a mesma mensagem do profeta Elias:

Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. (I Reis 18:21)

Na voz do terceiro anjo, Deus essencialmente repete a mensagem de Elias no monte Carmelo: "Adorem a Deus" (Apocalipse 14:7); "não adorem Babilônia" (versos 9 a 11). Este é o evangelho, como sempre tem sido! A diferença fundamental entre o chamado de Deus e o chamado de Babilônia é que o primeiro apela às faculdades perceptivas da mente por meio da persuasão, e o segundo, aos sentimentos e emoções mediante a sedução e, finalmente, coerção. Fica claro que a legitimidade do chamado é confirmada pelo direito, e não pelo engano e violência.

Como a adoração e a fidelidade são o foco do último grande conflito entre Cristo e Satanás, é evidente que o sábado do sétimo dia será objeto de intensas controvérsias no tempo do fim, visto que constitui o sinal da autoridade de Deus na qualidade de Criador e Redentor (Êxodo 31:16-17; Ezequiel 20:12, 20).

Todo aquele que guarda o sábado pela fé em Jesus, identifica o Criador que, em seis dias, fez o "os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou" (Êxodo 20:11). Sendo um monumento comemorativo dos atos criadores de Deus (Gênesis 2:1-3), o sábado se torna na vida daquele que o observa uma lembrança permanente de Seu poder e amor. É também uma recordação constante de que pertencemos a Ele e que "nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17:28).

Em oposição ao sábado como o sinal entre Deus e Seu povo, o domingo se configura como a síntese da falsa religião. Ambos os dias representam diferentes modelos de adoração, suficientemente nítidos e distintos para que se possa fazer uma escolha consciente e sábia. Os mandamentos de Deus, e, em particular, o sábado, refletem a aliança de Cristo com o Seu povo, a verdade que liberta e a adoração voluntária, em profundo contraste com o domingo e os demais preceitos humanos, os quais refletem a falsa aliança de Satanás, o erro que oprime e a adoração compulsória.

Por meio da tríplice mensagem angélica, Deus apela a cada homem, mulher e criança que, mediante a fé em Jesus, faça a escolha certa.

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Com a presente postagem, encerramos as considerações preliminares sobre as três mensagens angélicas. O leitor poderá conferir todos os artigos publicados durante esta primeira etapa, clicando aqui. A partir de agora, nossa tarefa consistirá em explorar diversos temas relacionados ao assunto e desenvolver outros que não foram abordados com a devida propriedade. Isso significa que nosso desafio está apenas começando! Que Deus continue a abençoar-nos no estudo progressivo da mais importante e solene mensagem para os nossos dias.

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