Cristo, nosso Sumo Sacerdote e Juiz



O ministério sacerdotal de nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial é tão essencial à nossa salvação quanto Sua morte expiatória na cruz.

Por meio dessa obra, o Senhor Jesus ministra os benefícios de Seu sacrifício em favor daqueles que dEle se aproximam, "vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25).

Interceder significa mediar entre duas partes de modo a reconciliar diferenças. Deus e o homem estão separados pelo pecado do homem, e a reconciliação, ou mudança da condição de inimizade para amizade com Deus, só é possível mediante a pessoa de Jesus Cristo, o qual restaura ao homem a harmonia com o Pai celestial.

Com esse objetivo supremo nosso Redentor subiu ao Céu, depois de Se oferecer como um sacrifício pelos pecados:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas. (Hebreus 1:1-3)

Cristo, nosso Sumo Sacerdote


A Epístola aos Hebreus esclarece que Cristo não subiu ao Céu e assentou-Se à destra do Pai para nada fazer. Com Sua expiação na cruz, nosso amado Salvador obteve a purificação dos pecados, porém a obra de purificação deve prosseguir até que seja possível salvar a última pessoa, até que o Universo seja finalmente purificado da presença do pecado. Onde houver um pecador perdido, aí estará Jesus Cristo na qualidade de Sumo Sacerdote e Redentor! Sua obra mediadora satisfaz as necessidades mais profundas do pecador penitente, reparando a ruptura provocada pelo pecado e viabilizando o acesso direto a Deus. Com esse objetivo Cristo entrou no santuário celestial, após Sua ascensão:

Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. (Hebreus 8:1-2)

A entrada de nosso Salvador no santuário do Céu depois de Sua morte e ressurreição revela uma mudança de perspectiva na história da redenção; o ponto central do grande drama entre a luz e as trevas é transferido do santuário terrestre para o santuário celestial, onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está assentado à direita do Pai.

Em outra passagem igualmente significativa, Cristo é descrito como entrando no santuário celestial depois de ter obtido, pela oferta de Si mesmo, uma eterna redenção:

Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. (Hebreus 9:11-12. Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Com efeito, Jesus Cristo não entrou em Seu santuário sem antes garantir a redenção na cruz. Uma vez investido da função sacerdotal no Céu após Sua ascensão, nosso amado Salvador passa a aplicar os benefícios dessa redenção a todos os que, com o coração contrito, aceitam as provisões de Sua graça mediante a fé nEle.

Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:25)

Em contraste com o sangue de animais no sistema levítico, que não podia por si só purificar um único pecado, o sangue de Jesus, completamente eficaz como propiciação pelos pecados (Romanos 3:25), possibilita o início de Sua obra sumo sacerdotal no Céu. Embora o santuário celestial já existisse muito antes, pois servira como modelo para o antigo tabernáculo (Êxodo 25:9; 26:30), refere-se o autor da Epístola aos Hebreus à inauguração do ministério de Cristo na qualidade de Sumo Sacerdote, um acontecimento da maior significação para o povo de Deus!

O Apocalipse, que destaca a obra celestial de nosso Senhor depois de Sua ascensão, começa com uma visão de Cristo exaltado, que O descreve como Sumo Sacerdote andando entre sete candeeiros (Apocalipse 1:12-16, conforme Êxodo 28:4). Os capítulos 4 e 5 se referem a grandiosas cenas celestiais usando expressões que remetem ao santuário: o trono de Deus (4:2), as sete lâmpadas (4:5), salvas de ouro cheias de incenso (5:8) e a presença do Cordeiro (5:6). Ao longo de toda a primeira parte do livro, a dinâmica da revelação profética acontece dentro da perspectiva da obra de Cristo no primeiro compartimento do santuário (1:12-13; 6:9; 8:3-5; 9:13).

Assim, enquanto a Epístola aos Hebreus ensina sobre o verdadeiro santuário de Deus no Céu, João testifica de sua existência através das visões recebidas do próprio Salvador! Ambos os livros chamam a nossa atenção para o ministério sumo sacerdotal de Cristo no santuário celestial e sua importância para a nossa condição presente e destino futuro.

Uma superior aliança


O sistema levítico de sacrifícios nunca foi completo, nunca removeu pecados efetivamente. Como uma prefiguração da realidade última em Cristo, proporcionava apenas uma purificação ritual, que, não obstante, beneficiava o israelita que depositava sua fé no Messias vindouro. Se tais sacrifícios removessem pecados, não precisariam ser repetidos, dia após dia (Hebreus 10:1-4). Cristo, porém, morreu uma única vez, expiando completamente os pecados do mundo. Sua morte completa e substitui todos os sacrifícios que eram realizados sob a antiga aliança. É com base nessa oferta única e toda-abrangente que Cristo exerce um sacerdócio perfeito e incorruptível no local do trono de Deus!

Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. (Hebreus 9:24-26)

Os serviços do santuário terrestre eram marcados pela distância entre Deus e o adorador. O israelita comum jamais avançava além do átrio exterior. Os sacerdotes responsáveis pelos ritos diários nunca ministravam além do véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo. Somente o sumo sacerdote tinha acesso ao segundo compartimento do santuário, e isso uma vez ao ano. Mas Cristo "não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus"! Por meio de Seu precioso sangue, nosso Redentor abriu "um novo e vivo caminho" pelo qual temos acesso direto ao trono da graça!

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. (Hebreus 10:19-23. Almeida Corrigida e Revisada Fiel)

Por ser verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, Jesus Cristo está qualificado em todos os aspectos para ser nosso Representante diante do Pai. Ele é o nosso Advogado (I João 2:1), Mediador (I Timóteo 2:5), Intercessor (Hebreus 7:25) e fiel Sumo Sacerdote (Hebreus 2:17). Pela virtude de Seu sangue, Cristo ainda está ativamente comprometido com o ministério da reconciliação no santuário celestial. Nessa elevada função, Ele representa o pecador arrependido perante o Pai, apresentando Sua vida de perfeita obediência à lei e reclamando Seus méritos em favor do penitente. Dessa forma, Cristo honra a lei, enquanto redime o pecador. É essa obra intercessora de Cristo que coloca ao alcance do crente os benefícios da expiação realizada na cruz.

Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hebreus 4:14-16)

A ação redentora do sangue derramado de Cristo purifica (I João 1:7), liberta (Apocalipse 1:5), justifica (Romanos 3:24-25; 5:9), reconcilia (Efésios 2:13), redime (Efésios 1:7; Colossenses 1:14; Apocalipse 5:9), traz paz (Colossenses 1:20) e santifica (Hebreus 10:29; 13:12). Portanto, a obra intercessora de Cristo no santuário celestial, efetuada no poder de Sua oferta sacrifical, "pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus" (Hebreus 7:25)! Tal não seria o caso se o ministério intercessor de Cristo não existisse. É a partir de Sua obra mediadora no santuário do Céu que todo poder divino é ministrado, toda oração, atendida, toda a tentação, resistida. Sem a intercessão de Cristo não há salvação. Eis por que precisamos olhar para o nosso Sumo Sacerdote em Seu santuário, se quisermos vencer como Ele venceu.

A obra divina de julgamento


Ao passo que o livro de Hebreus estabelece a realidade da dimensão celestial da obra redentora de nosso Senhor na função de Sumo Sacerdote, as visões de Daniel 7 e 8 revelam que, em um momento específico da história, o ministério intercessor de Cristo em nosso favor havia entrado em uma nova fase: o julgamento.

O plano da salvação deve ser visto, portanto, em sua total abrangência, desde a entrada do pecado no mundo até à sua final erradicação. Ele realiza-se em três etapas: a expiação de Cristo na cruz, prefigurada no sistema levítico de sacrifícios; Sua intercessão e representação diante do Pai em nosso favor, representadas no antigo ministério sacerdotal; e a expiação por meio do juízo, como cumprimento do Dia da Expiação israelita. Sem essas três fases do programa divino de redenção, não pode haver salvação para o homem nem fim para o pecado e a morte.

A cena do juízo constitui o centro da visão de Daniel 7, e tem notável paralelo com a purificação do santuário em 8:13 e 14. Na visão do capítulo 7, o juízo é mencionado três vezes (versos 10, 22 e 26). Cada referência é o ponto culminante tanto da visão como da explicação (para mais detalhes, clique aqui). Três vezes nesse capítulo o juízo segue imediatamente às atividades do poder religioso apóstata simbolizado pelo chifre com olhos e boca que proferia insolências (verso 8).

Daniel contempla na visão uma série de eventos que se sucedem em uma sequência histórica, envolvendo poderes terrestres que surgiram um após o outro. Assim, para cada um dos animais ferozes que simbolizam esses poderes (verso 17) houve um tempo determinado para sua atuação; houve um tempo determinado para o leão (império babilônico), depois para o urso (império medo-persa), em seguida para o leopardo (império macedônico) e finalmente para o animal terrível e espantoso (império romano). Pela divisão deste último em dez reinos, surgiu o chifre pequeno, que atuou por um período específico de tempo: 1.260 dias/anos (versos 24 e 25). O Apocalipse aplica esse mesmo período à era cristã, quando a mulher, símbolo da igreja, fugiu para o deserto, onde Deus a susteve por "mil duzentos e sessenta dias" (Apocalipse 12:6. Ver também o verso 14).

Da mesma forma, havia um tempo determinado quando o juízo divino devia começar, e este teve lugar imediatamente após o período de supremacia do chifre apóstata (versos 25 e 26). Assim como cada um dos impérios descritos na profecia sucedeu um ao outro, o juízo pré-advento também tem seu lugar nessa sequência histórica, ou seja, ocorre logo depois do período em que Roma papal exerceu sua supremacia sobre o mundo. Ora, esse período de hegemonia papal começou em 538 d.C. e estendeu-se até à perda do poder temporal do papado durante a Revolução Francesa, em 1798. O juízo descrito em Daniel 7 acontece, com efeito, pouco depois desse ano, mas antes que o chifre pequeno seja destruído e o reino de Deus, estabelecido para sempre.

Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles, até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo que os santos possuíram o reino. (Daniel 7:21-22)
Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim. O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão. (Daniel 7:25-27)

Note-se que o mesmo juízo que condena o chifre pequeno e os demais poderes terrestres vindica os santos do Altíssimo. Eles receberão para sempre o reino que o chifre apóstata reivindica como sendo seu. O julgamento de investigação pela abertura dos livros é em favor deles, na medida em que os declara dignos de herdar o reino que, por direito, pertence a Cristo (Daniel 7:21-22, 25-26)! A vindicação final dos santos resultará na transferência do domínio e do reino para o Filho do Homem e Seus súditos, e na condenação e destruição dos poderes opressores rebeldes.

Como um ato público no Céu, o juízo também vindica o próprio Deus diante do Universo em Seu trato com o pecado e a salvação. De fato, o Senhor não necessita de julgamento para decidir quem será salvo ou não, pois Ele conhece todas as coisas. O juízo investigativo existe para mostrar a todas as criaturas inteligentes que o Juiz é justo na redenção de Seu povo e na eliminação do pecado e dos pecadores. Todos testemunharão que as ações de Cristo são justas e que Ele é capaz de manter o delicado equilíbrio entre amor e justiça. Sua completa obra redentora nas funções de Sacrifício, Sacerdote e Juiz garantirá a total eliminação do pecado e a eterna segurança do trono de Deus e de Suas criaturas.

A purificação do santuário celestial


A visão de Daniel 8 é paralela e complementar à visão do capítulo 7 (para mais informações, clique aqui). A mesma sequência histórica é apresentada, com a diferença de que o primeiro império de interesse profético é o medo-persa, simbolizado por um carneiro (versos 3 e 20), indicando que o período de tempo referido no verso 14 deveria começar durante o seu reinado. Da mesma forma que esse império surgiu em um tempo determinado, o reino que o seguiu, a Grécia helenística, representada pela figura de um bode (versos 5 e 21), também surgiu em um tempo determinado, sucedida por Roma em suas fases pagã e papal (chifre pequeno).

Note que os símbolos proféticos usados para representar esses poderes - o carneiro e o bode - são uma alusão ao Dia da Expiação, conforme Levítico 16:5!

Assim, também havia um tempo determinado para o início da purificação do santuário no Céu, o qual devia ter lugar imediatamente após a atuação da fase papal do chifre pequeno (versos 9-12, 23-25). Esse poder claramente interferiu na adoração divina ao engrandecer-se "até ao príncipe do exército", tirando dEle o tamid ou diário (verso 11), uma palavra que se refere frequentemente ao sacrifício diário em conexão com o sacerdócio levítico. Uma vez que o sacerdote e o sumo sacerdote eram responsáveis pelo sistema de sacrifícios, atuando como mediadores entre Deus e o povo, o chifre apóstata tentou usurpar para seu proveito o papel de Cristo como nosso Sumo Sacerdote, interrompendo na Terra a adoração contínua a Deus (sobre isso, clique aqui).

Em face dessa terrível realidade, em que o tamid é, de certo modo, tirado do Príncipe, Jesus Cristo (ver Daniel 10:13; 12:1), e o lugar ou fundamento do Seu santuário, lançado por terra e rejeitado (Daniel 8:11), faz-se na visão uma pergunta bastante significativa:

Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (Daniel 8:13)

Embora a pergunta se refira aos eventos históricos mostrados em Daniel 8, a visão enfatiza principalmente as atividades do chifre pequeno com relação ao santuário e à obra sacerdotal do Príncipe. Seu alvo é Jesus Cristo, a Sua função sumo sacerdotal e o Seu santuário, o qual é deitado abaixo na medida em que a verdade a seu respeito é lançada por terra (versos 11 e 12). Dessa forma, o chifre papal, motivado pelo espírito de rebelião e transgressão, toma para si o controle do tamid, obscurecendo a verdade sobre a obra de Cristo no santuário celestial pela introdução de inovações papais como a mediação dos sacerdotes, o sacrifício da missa e a adoração de Maria.

A pergunta "até quando?" requer uma resposta que vindique o trono de Deus, a obra mediadora do Príncipe e o Seu povo oprimido. Ela pede por mudança nas condições prevalecentes em vista do ataque insolente do chifre pequeno, que trata o santuário como local de seu domínio. Tal pergunta é semelhante à proferida durante a abertura do quinto selo, em Apocalipse 6:9-11: "Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (verso 10).

A resposta à pergunta "até quando?", em Daniel 8:13, declara a final restauração do santuário celestial e a vindicação de Deus e de Seu povo:

Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. (Daniel 8:14)

A expressão "tardes e manhãs" reflete a linguagem do relato da criação (Gênesis 1:1-5 e seguintes). Ela se refere à um dia (que, no contexto profético, representa um ano), mas também alude ao fato de que Cristo, por meio de Seu atributo criador, é capaz de interromper as atividades apóstatas do chifre pequeno e seu exército. O anseio por mudança de condição, expresso na pergunta "até quando?", é desse modo plenamente satisfeito. O futuro do santuário de Deus no Céu, de Seu povo e dos poderes apóstatas será, pois, definido pela restauração, vindicação ou purificação do santuário celestial. Tal purificação devolve ao santuário e aos santos de Deus sua condição original de pureza e santidade, ao mesmo tempo em que pronuncia a sentença contra o poder opressor, tal como prefigurado no antigo rito anual da expiação (Levítico 16: 20-22, 30, 33). Essa obra de vindicação do santuário corresponde à cena do juízo em Daniel 7.

Ora, já é fato bem estabelecido que a parte não explicada da visão em Daniel 8 relativa ao tempo - a visão da tarde e da manhã, a qual o anjo Gabriel se referiu como verdadeira (8:26) - é retomada no capítulo 9, em resposta à oração de Daniel (versos 1 a 19). O mesmo anjo Gabriel explica ao profeta a parte da visão que ele não compreendera, ao introduzir a profecia das setenta semanas (versos 24 a 27. Para mais detalhes, clique aqui).

Começando com a expedição da "ordem para restaurar e para edificar Jerusalém" (verso 25), ou seja, no outono de 457 a.C., dois mil e trezentos anos depois nos conduzem ao outono de 1844, tempo em que nosso Sumo Sacerdote iniciou a fase final de Sua obra redentora.

O juízo/purificação do santuário já começou!


É bastante significativo que, na primeira metade do livro do Apocalipse, as profecias sejam reveladas na perspectiva da obra de Cristo realizada no primeiro compartimento do santuário, com a ação mudando para o segundo compartimento logo depois da obra profética do "anjo forte" (capítulo 10), isto é, em Apocalipse 11:19. Nesta visão reveladora, João vê a arca da aliança, símbolo do trono de Deus, o que indica o início de uma nova fase da obra intercessora de Cristo, a do juízo, tipificado no Dia da Expiação israelita e identificado por Daniel em um momento específico da história da redenção, no fim dos 2.300 dias/anos, em 1844.

No Apocalipse, os eventos que devem ocorrer na Terra, e que são antecipados nas profecias, mantêm íntima relação com os eventos que têm lugar no Céu, na sede divina de operações, onde o destino de homens, mulheres e crianças está sendo definitivamente decidido. Enquanto Deus julga os nomes segundo o que há registrado nos livros celestiais, confirmando quem realmente pertence a Ele e que, por Seus divinos méritos, é digno de entrar na cidade santa pelas portas (Apocalipse 22:14), na Terra o Senhor está empenhado em reunir o Seu povo por meio da proclamação das três mensagens angélicas (Apocalipse 14:6-12). O evangelho eterno é dessa forma anunciado pela última vez, convidando a humanidade a temer a Deus e adorá-Lo porque a hora do Seu juízo já chegou (Apocalipse 14:7)!

Que tempo tremendo este que vivemos! A vindicação/purificação do santuário celestial começou em 1844 e tem prosseguido desde então. Quão grandioso é esse evento para a igreja de Deus, quando os nomes dos verdadeiros servos de Jesus serão para sempre confirmados! Muito em breve o Senhor encerrará essa obra magnânima e conclusiva, a qual purificará o santuário de Deus e o Seu povo, e condenará pecado e pecadores à sua final erradicação. A urgência dessa mensagem se justifica pelo fato de o tribunal celeste já haver entrado em sessão! Os sinais do fim indicam que não falta muito para Cristo encerrar Sua obra de julgamento no local do trono de Deus.

Nós precisamos nos esforçar decididamente, cooperando com o Espírito Santo no desenvolvimento de nossa salvação, de modo a fazer parte do remanescente fiel, cujas características são apresentadas em Apocalipse 14:1-5. O Senhor está desejoso de vindicar Seu povo a partir de Sua obra final no santuário celestial. Nada nesta vida pode ser mais importante do que ser aprovado por Deus no dia em que nosso nome for investigado pelo tribunal divino. Coisa alguma pode ser mais gloriosa do que estar de pé diante de Deus, sem culpa nem mácula, vitoriosos sobre as potestades do mal pelos méritos de Cristo!

Logo o Senhor consumará Sua obra de vindicação e juízo, purificando o Universo do pecado, dos pecadores e de Satanás, o originador de todo mal. Que nesse dia não sejamos achados em falta perante o Senhor! Amém.

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