O apelo para adorar o Criador



O chamado do Céu para adorar a Deus é o último dos imperativos presentes na mensagem do primeiro anjo (Apocalipse 14:7).

Esse urgente chamado destina-se a reavivar a adoração verdadeira entre os homens, a qual contrasta profundamente com a adoração exigida pela besta e imposta pelo falso profeta (Apocalipse 13:8, 12, 15).

Em vista disso, a exortação para adorar a Deus da maneira divinamente estabelecida constitui a prova final de lealdade para com o Criador do céu, da terra, do mar e das fontes das águas.

Nesse contexto, há uma importante relação entre o apelo para adorar a Deus e os apelos para temê-Lo e glorificá-Lo. Na verdade, nenhum de nós pode evitar a falsa adoração e oferecer um culto aceitável a Deus sem que primeiro tenhamos o temor do Senhor e, por conseguinte, glorifiquemos o Seu nome em todos os aspectos da vida. Eis a grande razão por que os três imperativos de Deus para a geração do fim - "temei", "glorificai" e "adorai" - são proclamados nessa sequência!

Infelizmente, nós invertemos a ordem do Céu, pretendendo adorar a Deus com o fim de glorificá-Lo, e imaginando que, ao assim fazermos, temos o temor de Deus. Mas a adoração verdadeira é sempre o resultado de temer ao Senhor, o que significa obediência conscienciosa aos Seus mandamentos (Eclesiastes 12:13-14), uma atitude que agrada a Deus e glorifica o Seu santo nome (I Samuel 15:22; João 15:8-10).

Com efeito, reavivar a adoração verdadeira é reavivar o evangelho eterno - o evangelho original de Cristo e dos apóstolos, sem adulterações de qualquer espécie, que expressa o plano de Deus formulado nos concílios secretos do Altíssimo antes da fundação do mundo! O reavivamento do evangelho dentro do marco do tempo do fim está intimamente ligado à proclamação das três mensagens angélicas, a missão final da igreja remanescente e o mais distintivo dos sinais dos últimos dias (Mateus 24:14; Apocalipse 18:1)!

A adoração e o evangelho


A exortação do primeiro anjo para adorar o Criador do céu e da terra reflete o mesmo apelo de Moisés a Israel na iminência de entrarem na terra prometida. Nesse apelo, a proteção contra o culto idólatra estava condicionada à experiência da salvação e ao temor de Deus e diligente obediência aos Seus mandamentos (note a ênfase, os imperativos divinos e a sequência em que aparecem nos textos a seguir, e compare-os com Apocalipse 14:7 e 12):

Guarda-te, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti... Diligentemente, guardarás os mandamentos do SENHOR, teu Deus, e os seus testemunhos, e os seus estatutos que te ordenou. (Deuteronômio 6:12-14, 17)
Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. (Deuteronômio 13:4)

Aqui nós temos uma evidência expressiva da preocupação e interesse de Deus por Seu povo e da resposta que Ele espera obter da parte deles!

Israel só poderia estar salvaguardado da influência das nações idólatras se não se esquecesse do dia da sua salvação! A restauração da adoração verdadeira entre eles dependia dessa lembrança permanente, a qual devia orientar cada aspecto da vida e conduzi-los no temor de Deus e voluntária obediência aos Seus mandamentos! Se negligenciassem sua libertação do cativeiro egípcio "com poderosa mão, e com braço estendido" (Deuteronômio 26:8), os israelitas seriam incapazes de temer a Deus e oferecer-Lhe adoração aceitável. Nesse caso, estariam completamente sujeitos à influência das nações idólatras ao seu redor.

Da mesma forma, a obra do primeiro anjo no sentido de restaurar a adoração verdadeira nos últimos dias requer de nossa parte uma resposta positiva aos imperativos de Deus para temê-Lo e glorificá-Lo, em gratidão às maravilhosas provisões da graça redentora reveladas no evangelho eterno! Como no passado, Deus não espera de Seu povo nenhum legalismo, nenhuma barganha. É o amor de Cristo que nos constrange a demonstrar devoção e lealdade ao Senhor por tão grande salvação (II Coríntios 5:14-15)!

A adoração e o juízo


Há, porém, na mensagem de Deus à geração do fim uma razão adicional por que devemos responder voluntariamente ao derradeiro apelo da graça: "pois é chegada a hora do seu juízo" (Apocalipse 14:7)! Há, com efeito, duas grandes razões pelas quais nós devemos atender ao convite do evangelho: o fato de Deus ser o Criador e Juiz de todos os homens!

Esse conceito é amplamente desenvolvido nas Escrituras, particularmente no livro dos Salmos (33:6-10; 89:11, 14; 94:9-10; 96:5, 10, 13; 135:6, 8-10; 136), tendo sido bastante familiar ao povo de Israel, especialmente durante o rito anual da expiação, quando cada israelita tinha uma percepção mais profunda dessa verdade. A adoração de Israel no Dia da Expiação lhes trazia à lembrança que somente o Criador tem a prerrogativa de exercer a função de Juiz do Seu povo, na medida em que a purificação dos pecados implicava regeneração espiritual, e, portanto, uma nova criação (Levítico 16:30. Comparar com Ezequiel 36:25-27)!

O pensamento de que Deus é o Juiz porque é o Criador implica uma íntima relação entre a adoração e o juízo! É significativo, pois, que o anjo portador do evangelho eterno conclame os habitantes da Terra a adorar ao Criador dentro da perspectiva do anúncio do juízo; a obra divina de julgamento começou, e a humanidade é instada pela última vez a abandonar as diversas formas de idolatria e falsidade e a voltar-se para o Criador e Juiz de todos os homens, de modo que não seja encontrada em falta.

É interessante notar que a libertação dos israelitas do cativeiro egípcio manifestou-se mediante o juízo de Deus sobre aquela nação (Êxodo 6:5-6), em resposta à recusa obstinada de Faraó em deixar ir o povo para oferecer sacrifícios ao Senhor, ou seja, para adorá-Lo (Êxodo 5:3).

Não será diferente nos últimos tempos. Jesus Cristo tem vindicado o Seu trono e os verdadeiros adoradores por meio de um juízo no santuário celestial, o qual culminará nos juízos retributivos do Senhor contra os "homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem" (Apocalipse 16:2), os mesmos que se empenharão em eliminar da Terra os que rejeitarem a falsa adoração (Apocalipse 13:8, 15-17; 14:12).

O foco do conflito nos últimos dias


A ênfase do primeiro anjo na adoração ao Criador indica indubitavelmente que há uma negligência nesse sentido no momento mais crucial da história, situação agravada pela pretensão blasfema de Babilônia de reivindicar para si a adoração devida unicamente ao Senhor (Apocalipse 13:4, 8, 12-15; 14:9-10).

Isso é especialmente verdadeiro no que tange ao mandamento do sábado do sétimo dia (Êxodo 20:8-11), tema sobre o qual voltaremos a tratar mais adiante. Em vista do sentido escatológico do sábado, uma resposta favorável ao apelo do evangelho no contexto da adoração deve incluir naturalmente a restauração da verdade do quarto mandamento da lei de Deus, uma parte essencial de nossa preparação para a segunda vinda de Cristo (Apocalipse 14:12).

A fim de que haja as condições necessárias para a restauração da verdadeira adoração na igreja e no mundo antes do grande Dia do Senhor, é preciso haver de nossa parte uma reação positiva ao evangelho eterno. Tal experiência não pode ocorrer fora do evangelho nem independentemente da realidade do juízo no santuário celestial. Qualquer tentativa de reavivar o culto a Deus de outra forma resultará em terríveis perdas para os adoradores nesta vida e na vida futura.

Na primeira mensagem angélica, nós somos confrontados com a verdade de que o Criador é também o Juiz de toda a terra (Gênesis 18:25). Somos advertidos de que o juízo divino já começou e que em breve se pronunciará a sentença que decidirá o destino eterno de cada alma (Apocalipse 22:11). Esse fato confere ao chamado de Deus à verdadeira adoração o mesmo sentido de urgência ao apelo para temê-Lo e glorificá-Lo. Ao anunciar o juízo, o primeiro anjo adverte que Deus começou a fase final do plano da redenção, que o tribunal no Céu já está sem sessão (Daniel 7:9-10).

A realidade de um juízo celestial em andamento imprime um significado muito mais profundo e solene ao chamado de Deus para adorá-Lo no tempo do fim. Como no Dia da Expiação levítico, lembra a igreja de que os falsos adoradores não são reconhecidos pelo Criador, que eles serão eliminados do meio do Seu povo no dia do acerto de contas.

Esse fato deve motivar-nos a restaurar a adoração verdadeira em nosso coração "com temor e tremor". É por isso que o anjo de Apocalipse 14 chama nossa atenção para o evangelho eterno, pois somente o evangelho revive o temor de Deus, restaura a Sua glória no mundo e habilita-nos a adorar o Criador do céu e da terra!

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