Os termos da Doação foram incorporados às Falsas Decretais, mencionadas como obra de Isadoro Mercator, e às Decretais de Gratiano. O documento foi frequentemente citado pelos papas para afirmar seus direitos sobre os Estados papais e, a princípio com Leão IX (1048-54), reivindicar a primazia sobre a Igreja Ortodoxa Oriental. [1]
Em uma carta ao patriarca
de Constantinopla Michael Cerularius, Leão IX cita a Doação para provar que a
Santa Sé possuía tanto o imperium terreno como o celestial, o
sacerdócio real. Mesmo Gregório VII nunca citou este documento em sua longa
luta pela liberdade eclesiástica contra o poder secular. Mas Urbano II fez uso
dele em 1091 para apoiar suas pretensões na ilha de Córsega.
Escritores eclesiásticos
muitas vezes invocaram a evidência das Doações em favor do papado. Os
adversários medievais dos papas, por outro lado, nunca negaram a validade deste
apelo à pretensa doação de Constantino. [2] A propósito da Doação, Gosselin
escreve:
O Papa Leão IX citou longos extratos dela em sua carta a Michael Cerularius, patriarca de Constantinopla, em 1054, a fim de determinar em oposição aos gregos a jurisdição espiritual e temporal da Santa Sé. [3]
No prólogo de sua
transcrição da Doação, Leão IX diz:
Mas com receio de porventura permanecerdes ainda com alguma dúvida sobre a Dominação terrena dele (pertencente ao Papado), da qual podeis não mais que levemente suspeitar, que a santa Sé Romana procura vindicar e defender sua inabalável Honra com tolas e velhas Fábulas de Esposas, apresentamos aqui alguns Privilégios confirmados pela Mão da referida Constantine (...) pela qual a verdade será comprovada, (...) não seguimos fábulas engenhosas, mas vos manifestamos o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, (...). Sabei que o mesmo glorioso Príncipe na supracitada Prerrogativa, fez, (...) assim promulgar a Dignidade especial da Igreja Romana". [4]
Notas e referências
1. Frank K. Flinn, Encyclopedia of Catholicism. New York: Facts On File, 2007, Art.
"Donation of Constantine", p. 236.
3. Jean Edne Auguste
Gosselin, The Power of the Pope During the Middle Ages. Vol. I. London: C. Dolman, 1853, p. 318.
4. Citado em Michael
Geddes, Several Tracts against Popery. London, 1715, p. 18 e 19.
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